“Não
deve ser tão difícil assim. Você fica ai gritando ao mundo que é dona de suas
escolhas e depois vem com esse mimimi de que é difícil? Olha pra mim, nunca me
viu reclamando. Tô fazendo meu trabalho, tô seguindo minhas escolhas e tô
quieto no meu canto”, disse o homem.
Pois
bem meu filho, eu vou te contar o porquê não é difícil pra você: porque você
nasceu sabendo que iria ter sucesso, independente das suas escolhas! Porque a
sociedade foi construída com mulheres abdicando de suas vontades a fim de viver
o sucesso de seus maridos.
“Não
é bem assim. Eu nunca tive esse pensamento!”
Agora
pensa aqui comigo: quantas histórias de mulheres que largaram suas cidades/emprego/família
para acompanhar seus maridos num novo emprego, numa nova faculdade, num novo
desafio? Quantas mulheres se encontraram sozinhas, num lugar estranho, muitas
vezes sem terem o que fazer, enquanto seus maridos desbravam o mundo?
E o
contrário? Quantos homens fizeram isso? “Ele vai sair do emprego, porque a
mulher dele vai fazer um doutorado fora e ele vai acompanhar! Mas até
arranjaram um lugarzinho pra ele trabalhar lá, pra não ficar parado!”
Não
me entenda errado, por favor. Eu não estou dizendo que você não deve “largar
tudo e ir com ele”. Se essa é a sua escolha, se essa é a sua vontade, vá! E
também não estou dizendo que não há homens que “deem espaço” para que suas
esposas se realizem! O que eu tô dizendo
é que homens partem do pressuposto de que serão realizados porque alguém vai se
abster por eles.
Nós
não! Nós vivemos com as dúvidas. Nós vivemos com o peso de ter que escolher e
não saber ao certo o que estamos arriscando!
“Se
eu desacelerar agora pra escolher ser mãe, será que eu vou me arrepender
depois?”
“Se
eu aceitar esse emprego integral será que meu casamento resiste?”
“Se
eu não for nessa festa, porque preciso terminar esse relatório, será que meu
namorado vai ficar irritado?”
“Se
eu decidir não ter filhos, será que eu vou me arrepender depois?”
“Se
eu aceitar esse emprego, será que ele vai comigo?”
Às
vezes a gente fica em dúvida se corta ou não o cabelo porque “ele pode não
gostar”, quem dirá por na roda uma discussão sobre mudança de vida!
*Esse texto é uma resposta .....
“Sempre
que achamos que conhecemos o futuro, mesmo que por um segundo, ele possa mudar.
Às vezes o futuro muda tão rápida e completamente que nos deixa com apenas uma
opção sobre o que fazer em seguida. Podemos escolher ter medo. Só ficar em pé,
tremendo, sem se mexer. Presumindo que o pior pode acontecer. Ou podemos ir em
direção ao desconhecido, e presumir que vai ser maravilhoso...
Derek: Aceitei o emprego.
Meredith: E
era pra você maneirar o ritmo! Você disse “pegue esse ano e o faça valer. E eu
vou assegurar que você consiga.” E mentiu!
Derek: Sinto muito. Eu
menti. É uma oportunidade única na vida.
Meredith:
Então conseguiu isso e eu desisti do projeto, e achei um jeito de dar certo,
com meu trabalho, meus filhos e minha pesquisa com menos ajuda sua e eu
consegui!
Derek: Você não é a vítima.
Estou me matando tanto quanto você!
Meredith: E
aí você quis mais e mais projetos! Mas agora isso já é demais. Você não pode
simplesmente nos levar junto pra eu poder viver à sua sombra!
Derek: Você tem um emprego,
poderia estar trabalhando no James Madison.
Meredith:
Certo, e foi assim que meu pai conseguiu seu primeiro emprego aqui. Eles
queriam minha mãe, então ela teve que ligar pra Universidade e mexer uns
pauzinhos e achar algo pro Thatcher fazer! É assim que tudo começa.
Derek: Não é a mesma coisa.
Meredith: É
exatamente isso! E não foi pra isso que eu me inscrevi.
Derek: Você está sendo
egoísta!
Meredith: Eu
preciso ser, Derek, porque você acredita que sua carreira é mais importante do
que a minha.
Derek: Neste momento, ela
é mesmo!
Meredith:
Não, não só agora, sempre! Você sempre vai ser aquele médico sexy e eu sempre
vou ser aquela jovem interna que se apaixonou por você.
Derek: É assim que você se
vê. É problema seu, não posso fazer nada pra consertar isso.
Meredith: Não
é assim que eu me vejo; esse é o problema aqui!
Derek: Em D.C. você poderá
fazer cirurgias, sua pesquisa, suas veias-portas. Não tem nada que você não
possa fazer lá.
Meredith: Mas
eu não quero! Não estamos falando só sobre meu trabalho, Derek. Estamos falando
sobre minha vida. Eu cresci aqui, construí uma família aqui, ajudei a reconstruir
o hospital que leva o nome da minha irmã, da minha mãe e o meu próprio! Eu vivo
aqui, minha vida está aqui, vou ficar aqui. Eu não quero sair.
Derek: Está me pedindo para
escolher entre este trabalho e minha família?
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