Assim
como Jessica Jones, o de empoderar outras mulheres!
Antes
de irmos ao superpoder e a inspiração, o que é esse tal de empoderamento? Podemos
interpretar como o ato de tomar poder sobre si, mas, muito além, é
perceber que somos parte de um grupo maior e nos reconhecermos como
semelhantes. Ou seja, empoderamento é coletivo.
É
quando você olha além do seu mundinho e enxerga outras mulheres não como inimigas
e sim como semelhantes; é ouvir a outra; ter empatia; ajudar, sem julgar; não estereotipar
ou preconceitualizar mulheres em realidades diferentes da sua; não se achar
superior porque aquele cara comprometido deu em cima de você (o inimigo aqui é
outro minha cara); é sentir-se poderosa por estar junto com outras mulheres,
lutando por um mundo mais justo.
O
empoderamento quebra barreiras e com ele incontáveis vitórias são alcançadas! É
um exercício difícil e diário, mas vale a pena tentar!
A
ideia desse “superpoder” já foi lançada em uma série da Marvel (que completou a
primeira temporada há pouco tempo), Jessica Jones.
Jura que não percebeu a base
feminista e a luta por igualdade da personagem? Vou te contar então... (alerta
de spoiler)
Jessica
Jones (Krysten Ritter) é uma investigadora particular que, após um acidente, adquiriu
força como superpoder. A história passa com flashbacks, misturando cenas do passado
e do presente (e isso acontece na cabeça de Jessica, muito comum com quem passou
por alguma situação traumática) e,
aos poucos, vamos conhecendo o vilão Killgrave (David Tennant).
Logo começamos a perceber que a nossa heroína viveu uma "relação" abusiva e tenta superar o que o seu "ex" lhe fez. Essa relação deixou marcas em Jessica e, nesse momento pós-traumático, ela se afasta de outras pessoas e busca na bebida uma possível solução para os seus problemas.
Logo começamos a perceber que a nossa heroína viveu uma "relação" abusiva e tenta superar o que o seu "ex" lhe fez. Essa relação deixou marcas em Jessica e, nesse momento pós-traumático, ela se afasta de outras pessoas e busca na bebida uma possível solução para os seus problemas.
A
grande sacada é que até uma super heroína com uma superforça não conseguiu se
proteger de um homem manipulador. Na série, o poder do Killgrave é o de
controlar mentes - manipulando pessoas-.
Killgrave
manteve uma relação doentia com Jessica, e usou do seu poder para mantê-la sobre o seu domínio
(parece familiar? Já viu isso em algum lugar?).
A vida infeliz e reclusa da personagem segue até ela descobrir que
Killgrave está fazendo uma nova vítima. Apesar dela sempre ter pensado em vingança, o que a faz sair da inércia e a faz detonar é o fato de que ele está repetindo com outras mulheres o que fez com ela.
A partir desse ponto Jessica luta contra tudo o que sente (especialmente a impotência diante do opressor) e com todos os seus conflitos internos (dúvida - clássico de quem já passou por alguma situação como essa: "Será que a culpa é minha?" "Será que eu não estou exigindo demais?"). E é ai que entra o Empoderamento!
A partir desse ponto Jessica luta contra tudo o que sente (especialmente a impotência diante do opressor) e com todos os seus conflitos internos (dúvida - clássico de quem já passou por alguma situação como essa: "Será que a culpa é minha?" "Será que eu não estou exigindo demais?"). E é ai que entra o Empoderamento!
Jéssica, e os outros personagens, demonstra uma luta interna contra o vilão, mas ao mesmo tempo uma
ligação tão doentia (nesse caso é o poder do vilão que a mantém) que não
consegue agir por conta própria. Na vida real você já deve ter presenciado alguma amiga tirar o batom
vermelho/trocar de roupa só porque "alguém mandou", como se a vontade dela não valesse nada.
A
série trata de temas delicados: violência sexual,
violência psicológica... tudo nas entrelinhas, mas que você começa aos poucos perceber. Por exemplo, Jessica foi estuprada, mas não tem cena
de estupro. O vilão? Fala em consentimento mesmo sabendo sobre o seu poder em
controlá-la.
Ele também manipula lembranças do passado, distorce e tenta confundir a personagem,
tentando se colocar no lugar de vítima.
Uma cena crítica é quando ele relembra e enfatiza um momento em que ela não estava sobre o seu poder e poderia ter fugido ou feito alguma coisa. Como se a escolha fosse dela e como se ela optasse em voltar/ficar com ele. Jessica, com muita luta, percebe que nesses poucos segundos cogitou fugir, mas não foi rápida o bastante, pois estava confusa (já ouviu alguma história de mulher que apanhou a vida inteira e nunca “fez nada” ou quando chamou a polícia não manteve a acusação?).
Uma cena crítica é quando ele relembra e enfatiza um momento em que ela não estava sobre o seu poder e poderia ter fugido ou feito alguma coisa. Como se a escolha fosse dela e como se ela optasse em voltar/ficar com ele. Jessica, com muita luta, percebe que nesses poucos segundos cogitou fugir, mas não foi rápida o bastante, pois estava confusa (já ouviu alguma história de mulher que apanhou a vida inteira e nunca “fez nada” ou quando chamou a polícia não manteve a acusação?).
Na
série podemos ver outras formas de opressão, outras formas de “vilão”. Will
Simpson é um policial que de “mau menino” ao primeiro olhar não tem nada. Ele
quer derrotar o Killgrave, mas acaba metendo o pé na jaca ao tentar lidar com as
situações do seu jeito e não admitir que as mulheres poderiam dar conta sozinhas, tornando suas atitudes tão violentas quanto
as de Killgrave.
Outro ponto de destaque é que há inúmeras outras mulheres que não são super heroínas, no sentido literal, mas que tem superpoderes para lidar com situações opressoras. A melhor amiga de Jessica, Trish, tem uma força de vontade e extrema determinação; a enfermeira Claire percebe a importância da luta, se solidariza e demonstra extrema empatia. Os diferentes personagens, que viveram diferentes situações, demostram diferentes formas de resistir e de lutar contra às adversidades.
Em vez de uma história convencional de heróis, Jessica Jones retrata situações cotidianas e traz uma personagem que se assemelha a muitas mulheres reais.
E aqui as mulheres não são salvas por homens poderosos, elas salvam a si mesmas e ajudam, empoderando, suas amigas e outras mulheres a mudarem a situação também.
Você
vai sobreviver. Essa luta não é só sua! Nós estamos com você!
Esse post fez parte da Blogagem Coletiva do mês de janeiro (atrasadinho) de um grupo lindo chamado Liga Nerd Girls.
Garotas, não se calem. Deixem aqui seu comentário, crítica, sugestão, relato de experiência.
Beijos...
Como a galera diz por aí "estou comentando com os pés porque com as mãos estou aplaudindo".
ResponderExcluirARRASOU na escolha do poder!
"Lembre-se: opressão não é só estupro e tapa na cara. Você não é menos do que eles em nada!"
Vontade de transformar isso em um quadro, sério!
Aiaiai..Obrigada! <3
ExcluirMesmo! Fico feliz que tenha gostado, tenho receio de postar meus textos e quando alguém se identifica e gosta é um grande incentivo!
Gente, eu NUNCA tinha reparado nessa atitude do Simpson. Passou totalmente despercebido aos meus olhos e me senti muito idiota, HAHAHAHAHA. De fato, ele sempre quer entrar no meio, porque acha que as mulheres não vão conseguir dar conta... Isso porque ele sabe quem é a Jessica, né!
ResponderExcluir"Lembre-se: opressão não é só estupro e tapa na cara. Você não é menos do que eles em nada!". Cara. CARA! Merece virar uma camiseta <3 (e uma xícara, e um quadro e uma tatuagem e lição de vida, HAHA).
Gente!!Fico muito feliz que tenha gostado!
Excluir<3 Obrigadaaaaa!
Meu Deus, acabamos passando por situações assim dentro de casa mesmo! Muitas vezes eles tentam nos proteger do mundo lá fora controlando nossas roupas e batons. Mas quem deveria se controlar são as pessoas que acreditam ter algum direito sobre a gente apenas por causa da roupa que usamos. Ou aquelas que acham que podem mais só porque somos mulheres! Amei esse post. Ainda não tinha assistido Jessica Jones, mas com certeza já entrou na lista. Apaixonei com suas palavras e estou seguindo! Parabéns por toda a força!
ResponderExcluirConvido você a conhecer o meu cantinho www.paraisopessoal.com
Muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado <3 e assista mesmo! Vale a pena!
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