Esse post faz parte de um projeto lindíssimo do Blog MulherVitrola, o Red Lips Day (dia do lábio vermelho).
“A gente acredita que a beleza de cada mulher deve ser livre
para ser como ela quiser. Conte um pouco sobre sua história ou sua opinião
sobre se sentir bela, preconceitos, liberdade e experiências.”
O tema padrão de beleza está em alta nos últimos tempos e tem
tudo a ver comigo. Sabe por quê? Porque eu sou MULHER e em algum vários momento
da minha vida já sofri influência negativa de um padrão de beleza imposto (por
outras pessoas, pela mídia, sociedade...).
Falar de autoestima, confiança, quebra de padrões de beleza
(especialmente falar que você se aceita do jeito que é) é extremamente difícil
porque, na maioria das vezes, crescemos com pessoas nos fazendo acreditar que deveríamos
ser “melhores” e/ou diferentes do que realmente somos.
“Nossa como você está gorda.”
“Vai sair com essa roupa?”
“Quando você vai deixar seu cabelo crescer?”
“Você não acha que deveria se arrumar mais?”
“Você é muito larga em baixo e muito magra em cima. Deveria
colocar silicone!”
Ao falar sobre esse assunto com alguém você começa a perceber
que diferente pessoas (biotipos, culturas, crenças, escolaridade, condições financeiras) já passaram
por algum problema relacionado a “não ser padrão”! É quase como se “nada estivesse bom”.
O meu fora do padrão foi ser, desde pequena, grande. Isso
sempre gerou aquele comentário “gordinha” e foi o que mais causou impacto na
minha vida: durante anos eu não usei roupas curtas ou justas, durante anos eu
evitei biquíni...
Eu sempre tentei me esconder atrás do pretinho e sempre
fiquei com o nude mesmo, nada de vermelho.
Até que eu entrei na faculdade e comecei a perceber que não
era a forma como eu me vestia ou o meu corpo que diziam algo sobre mim e sim
quem eu realmente era.
A partir dessa primeira percepção a minha vida começou a
mudar. Eu comecei a reconstruir certos conceitos e a ignorar, e até mesmo
retrucar, certos comentários.
“Sim, eu estou de pijama e sem sutiã!”
“Aham, engordei 3kg e já tô sabendo. Não precisa me lembrar!”
“Meu cabelo tá curto e eu to querendo raspar pra ver como
fica!”
“Acho que quando eu tiver 80% do corpo tatuado eu paro!”
Parece clichê, eu sei, mas aceitação está em primeiro lugar
para você melhorar a sua autoestima, mandar alguns padrões para aquele lugar e
nunca nunca mais andar tapando a bundinha pro boy não ver.
Foi está sendo uma libertação tão grande
E gente, eu sou linda! Perfeitinha!!!Maravilhosa e modesta.
O grande problema é que
quando você diz se aceitar, se amar e se achar linda do jeito que é, aparece
mais um milhão de pessoas dizendo:
“Ué, você não é a rainha da aceitação? Por que então pinta o
cabelo todo mês?”
“Nossa, mas você não é gostosona? Tá indo na academia por
quê?”
Porque, escuta bem o que eu to te dizendo, ACEITAÇÃO não é
inércia! É dinâmica!
E esse é o ponto alto desse texto.
Eu me acho muito confiante, bem resolvida
comigo mesma e sempre grito isso ao mundo. E e não tô dizendo que esse caminho foi fácil.
Só que eu uso maquiagem, quero perder uns quilinhos, ter mais cílios, às vezes
acordo insegura…
O que as pessoas precisam começar e entender é
que aceitação (o tal se amar) não tem a ver com não querer mudar ou melhorar.
Você tem o direito de estar feliz com seu bumbum, mas ainda assim ir pra
academia pegar pesado no agachamento. O que não pode é seguir um padrão imposto
ou mudar algo que no fundo você não gostaria de mudar.
Eu, por exemplo, não tenho muito seio e já ouvi
várias pessoas sugerindo silicone. Não, eu não quero. Estou bem assim,
obrigada! E ai retorno ao que acabamos ouvindo:”ué, você
não disse que tá feliz com o seu corpo? Por que então está indo para a
academia?!” Repito: porque aceitação não tem a ver com inércia, ela é dinâmica!
Podemos mudar, podemos colorir o cabelo de mil cores, só não podemos fazer algo
que não nos pertence!
Assim, eu me sinto extremamente segura para ir
trabalhar toda montada no moletom velho e com o cabelo daquele jeito, mas
também sou livre para caprichar no salto e no batom vermelho. Uma coisa não
interfere na outra e querer mudar não faz com que eu me “ame” menos.
Muitas mulheres ainda enfrentam essas
amarras impostas por padrões de beleza impossível de serem alcançados, seja em
relação a outras pessoas e até em relação a elas mesmas (o tal do não se
aceitar) e muitas ainda não conseguem entender o que é seu e o que é
imposto, vivendo de forma doentia a fim de um objetivo (regimes loucos, por
exemplo)
E aonde é que entra esse tal de batom vermelho? O vermelho tem se mostrado uma cor de libertação, de quem quer aparecer e
gritar para o mundo “eu posso!”.
Usar ou não tirar o batom vermelho
significa que você venceu “a cara de puta" e as regras absurdas que algumas
pessoas insistem em criar sobre o que se pode ou não fazer!
Eu consigo ver o lábio vermelho de
mulheres poderosas, falando, discutindo, lutando pelos seus direitos,
descobrindo a si mesma.
O batom vermelho traz uma reflexão
sobre quem somos e o que queremos ser.
Mas eu GRITO AQUI: o que você é ou quem quer ser não depende exclusivamente de um batom vermelho (porque se assim fosse estaríamos impondo um novo padrão aqui e é justamente isso que queremos desconstruir). Você pode ser toda sua, toda livre e toda guerreira optando por não usar. É seu direito e não te faz menos mulher por isso, mas é seu dever se opor a uma agressão por causa de um batom vermelho qualquer, e ai você deve sim questionar “esse batom vermelho torna essa mulher menos digna?”
Mas eu GRITO AQUI: o que você é ou quem quer ser não depende exclusivamente de um batom vermelho (porque se assim fosse estaríamos impondo um novo padrão aqui e é justamente isso que queremos desconstruir). Você pode ser toda sua, toda livre e toda guerreira optando por não usar. É seu direito e não te faz menos mulher por isso, mas é seu dever se opor a uma agressão por causa de um batom vermelho qualquer, e ai você deve sim questionar “esse batom vermelho torna essa mulher menos digna?”
Gostou do post? Esse você NÃO pode
deixar de compartilhar com as amigas! Especialmente aquela que ainda se sente
insegura em relação a usar um batom mais escuro, uma roupa mais curta, aquela
que vive fazendo dieta, aquela que vai se submeter a uma cirurgia, a que entrou
em depressão. Ela é a mulher que mais precisa nesse momento! Ela precisa
lembrar que a cor do seu batom, o tamanho do seu bumbum ou o que quer que seja
não irá definir o seu caráter, a sua dignidade e a sua capacidade!
Vou abrir meu coração: falar sobre esses temas foi o que me motivou a ter o Blog e, mesmo me aceitando e tendo certas opiniões, eu demorei meses para começar a postar meus textos. Viu. Isso é exercício diário... Passinho por passinho a gente chega lá (e que o lá seja o que a gente quiser... E que se quando a gente chegar lá não quiser mais possamos mudar de opinião!).
Meninas, e vocês? Já passaram por algo parecido?
Qual padrão lhe foi imposto e como você lida/lidou com isso?
Compartilhe sua opinião e ajuda outras mulheres a se libertarem e encontrarem seu amor próprio.
Qual padrão lhe foi imposto e como você lida/lidou com isso?
Compartilhe sua opinião e ajuda outras mulheres a se libertarem e encontrarem seu amor próprio.
Nossa, ler esse texto foi uma série de "exatamente", "nossa, que bom que alguém pensa assim" e "mais gente deveria postar sobre isso". Porque sim, você pode se aceitar e querer mudar por você! :D
ResponderExcluirBeijos
Mari
www.pequenosretalhos.com
Mariiiii...aquele momento que eu não sei se digo:'que bom que se identificou!" Porque honestamente não queria que as pessoas precisassem se identificar com uma critica tão séria. Quem dera se no mundo não houvesse essa ditadura de padrões. Mas sem dúvidas falar sobre isso e mostrar nossa indignação irá fazer com que as coisas mudem! Beijos..
Excluir