Porquê ainda não me apaixonei...





Assim como em qualquer relação humana, quando se vive um grande romance é impossível se desenvolver sozinho, sem a influência do outro. Durante os anos  que passam os gostos se misturam, entre um abre mão daqui e outro dali você se pega gostando de carnaval, seu parceiro começa a encarar aquela comida vegana, aqueles filmes de romance que você tanto reclamava agora já fazem parte das suas noites de sábado e em algum momento vocês funcionam tão bem juntos que ninguém mais sabe quem é que gostava do Senhor dos Anéis primeiro?!

E isso é bom! Isso é saudável! Qualquer mudança positiva na sua vida, qualquer mudança que não lhe cause danos e que te permita conhecer o mundo sob outra perspectiva é válida. O que não pode é mudar seu jeito de ser por completo, te dominar, te apagar, impor gostos e preferências que removem a sua essência.

Quando se está em um relacionamento por muito tempo você se torna uma quimera do seu parceiro e o fim dessa relação pode te desnortear. 
As dúvidas começam a surgir e aquelas ações, que você tinha certeza que gostava, já não são mais tão importantes assim... O que você realmente quer? O que você realmente gosta? O que é que você vai fazer no meio de todas essas opções de escolha? 
Essa é uma fase difícil e que pode durar muito, mas com o tempo você começa a tentar coisas novas, começa a se permitir, a abrir mão de hábitos que talvez não sejam tão seus assim e, é claro, mantém muitos dos hábitos adquiridos durante a vida a dois. O rumo dessa jornada é autoconhecimento e, passo por passo, você fica mais perto de se descobrir sozinho.


Depois do susto inicial, de se perceber sozinho, você passa a andar com as próprias pernas... Às vezes até ouve uma voz no seu inconsciente “o que é que você tá fazendo, já sabe que isso não dá certo para você”, mas você tenta e depois descobre que não dava certo mesmo, e daí? Parafraseando Lulu: o que você ganha ou perde ninguém precisa saber.
As mudanças são perceptíveis e você conhece alguém que ficou camuflado por anos, você mesmo! E é nesse ponto, onde você está a todo vapor, que as pessoas não conseguem entender como é que você está sozinho. De duas uma: ou você ainda gosta do seu ex ou você não está feliz.

Vamos começar a desconstruir o “é impossível ser feliz sozinho”, por que é sim! Pode ser mais solitários (ou não, dependendo do relacionamento que você vivia), pode ser mais tortuoso, pode ser até mais difícil... Mas é possível. É muito possível!
Fundamental é mesmo o amor! Mas é preciso se amar para conseguir amar um outro alguém! E as coisas lindas que você pode dar primeiro você precisa encontrar, conhecer, precisa experimentar e se apossar!
E essas são as razões que fizeram com que eu não me apaixonasse ainda. A felicidade é um fardo muito pesado para você destinar a outra pessoa. Ser feliz só depende de você! Quando você estiver cheio de si permita-se que um relacionamento te transborde!

Dá medo de ficar sozinho? Às vezes as noites são solitárias e os dias não são tão divertidos? Sim! Mas não use outras pessoas como escape. Não é justo. Nem com o outro e nem com você.
A verdadeira felicidade consiste em ter alguém próximo sem precisar dele: eu não preciso de você para viver e ser feliz, mas eu escolho ser feliz com você ao meu lado!

Esse medo da solidão e o vazio de não saber quem se é fazem com que as pessoas se envolvam desesperadamente em novos relacionamentos, depositando sua ultima esperança em um parceiro potencial, adotando-o como bússola. 
Não se torne o cachorro do seu parceiro! Sabe quando você percebe que aquele cachorro adotou personalidade do dono e até começa a se parecer fisicamente ele? Não preencha seu vazio com hábitos dos outros. Se conheça, para que quando você conhecer alguém as mudanças sejam em duas mãos... Você mostra aquele livro que devorou em dois dias, seu parceiro te apresenta uma nova modalidade de esporte. E vocês se somam.


Já dizia a Jout Jout, antes de entrar deixe sair. Antes de mergulhar em um novo alguém, deixe sair o outro. E muito além, deixe sair seu novo eu! Antes de voar a borboleta precisa sair do casulo.


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