O QUE FAZER PARA COMEÇAR UMA MUDANÇA?



Estou sumida e reduzi o ritmo de postagens no blog.
Novo semestre... período de adaptação... volta a rotina... novos desafios.
Pra retormar nossa conversa, vou deixar um texto sobre um congresso que participei. 
Se você ainda não sabe, eu divido o blog com a rotina da sala de aula! Sou professora e tenho um interesse enorme em assuntos que levem em conta a educação.
Você gosta desses assuntos? Gostaria de ver mais disso aqui no blog?

"Foram dois dias imersa em um ambiente com pessoas e ideias parecidas e com um único objetivo: discutir como a ciência pode ajudar a resolver os problemas na educação.
Olhos vidrados, ideias fervilhando e coração transbordando, afinal esse é um dos temas que me move.
A conclusão que chego é que a gente já sabe o caminho. Tem ótimos trabalhos, ótimos pesquisadores, resultados convergentes. O que nos falta são politicas públicas que ouçam e pensem a educação no Brasil com base em dados e evidências e não com base no "achismo".
Termino aqui com uma lembrança que a primeira rodada de discussão, sobre desenvolvimento humano e inclusão, me trouxe.

Durante a minha graduação eu fiz estágio em uma escola particular renomada aqui em Curitiba.
Um dia me mandaram aplicar prova pra um aluno portador de deficiência visual, auditiva e com déficits motores.
Foi um dos momentos em que eu mais fiquei nervosa em toda a minha carreira! Eu não sabia como abordar, não sabia como guiar aquele momento, qual tom de voz usar, como me portar.
Ele me dizia: "Você pode repetir, por favor?
E eu repetia. Tremendo. Rápido. Sem ter coragem de perguntar pra ele, o indivíduo alvo daquela interação, como eu poderia ajudar ou o que eu precisava fazer pra tornar aquele processo mais acessível.
Porque eu estava com medo...Eu não tinha preparo algum!

Em uma escola particular renomada de Curitiba!
Você já imaginou o que acontece com essas crianças na educação na periferia?
O sistema engole, sufoca e mata qualquer perspectiva de ter seu direito ao desenvolvimento respeitado!

Muito além desse relato, me pergunto o que fazer para começar uma mudança.
Talvez seja esse texto;
Ou as discussões que levo pra sala de aula;
Aquele acalento ao aluno que está pensando em desistir;
Saber o nome dos meus alunos, indiretamente afirmando que ele é um ser único, que ele importa e não é apenas mais um no meio;
Uma prática que coloque o aluno como protagonista;
Uma rotina que me coloque próximo ao aluno, como sua semelhante e não como alguem acima dele, e que faça com que ele se sinta parte de uma equipe;
Refletir sobre as minhas falhas, minhas dificuldades, meus preconceitos e meus pontos positivos como professora;
Uma prática científica que leve em conta o país que vivo e as características da sua população;
Fazer a minha pesquisa ser ouvida e valorizada na sociedade;
Uma escolha politica consciente...
Não sei! Mas, não da mais pra ficar acomodado.​"



0 comentários:

Postar um comentário