O despertar da Mulher Sagrada





E eu, que me perdi...
E eu, que achava que era “balela”...
E eu, que já não me ouvia...
E eu, que me desfragmentei...
E eu, que resolvi sentar e ouvir...
E eu, que senti!

Só quem já vivenciou uma experiência como essa sabe que certas sensações, e encontros, não tem explicação.
E sabe também que mulheres reunidas curam!  Curam o corpo, curam a mente, curam o coração, curam a alma!

mulheres que correm com lobos


Reunimos nossos pedaços, que estavam fragmentados há tempos e quebrados em mil e um pedacinhos. Olhamos para cada caco, com respeito e com ternura, e cantamos!

Cantamos! Dançamos! Meditamos! Trocamos experiências!
Compreendemos que é preciso retirar os ossos que estão acumulados e escondidos no fundo do armário e que é preciso perdoar! Perdoar a si mesma por ter se perdido!
E é preciso recomeçar! E é preciso se ouvir e compreender que todas as energias necessárias para que você ocupe seu lugar estão dentro de você mesma!

Na semana subsequente a essa experiência, o mundo estava igual, mas eu já não era a mesma!
Os erros passaram a ter outro peso e outra medida. Eles vêm acompanhados de um arrependimento sutil, que culmina com o formar memórias para não repetir! E eles vêm com o perdão.
Tudo o que era gatilho para um desabar de emoções está sendo, aos poucos, identificado.
As comparações, com outras pessoas, estão sendo esquecidas... A paciência comigo mesma está ressurgindo e a gratidão por estar curando todas as magoas que as minhas ancestrais não puderam curar é vivida todos os dias.
A rotina tem outra cara. A energia, que por hora ficou negativa e desgastada, se renovou!

mulheres que correm com lobos

Essa experiência visceral do Despertar da Mulher Sagrada, guiado pela Irene, pela Tami e pela Marisa, me fizeram compreender na pele conceitos que os livros traziam para mim em forma de palavras. Por isso, selecionei um trecho do livro Mulheres que Correm Com Lobos, trecho esse que reflete em partes a minha vivência na Chácara, rodeada de mulheres extraordinárias.


“O único trabalho de La Loba é o de recolher ossos. Sabe-se que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de se perder para o mundo. Sua caverna é cheia dos ossos de todos os tipos de criaturas do deserto: o veado, a cascavel, o corvo. Dizem, porém, que sua especialidade reside nos lobos.
Ela se arrasta sorrateira e esquadrinha as montanhas, leitos secos de rios, à procura de ossos de lobos e, quando consegue reunir um esqueleto inteiro, quando o último osso está no lugar e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente, ela senta junto ao fogo e pensa na canção que irá cantar.
Quando se decide, ela se levanta e aproxima-se da criatura, ergue seus braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É aí que os ossos das costelas e das pernas do lobo começam a se forrar de carne, e que a criatura começa a se cobrir de pelos. La Loba canta um pouco mais, e uma proporção maior da criatura ganha vida. Seu rabo forma uma curva para cima, forte e desgrenhado.
La Loba canta mais, e a criatura-lobo começa a respirar.
E La Loba ainda canta, com tanta intensidade que o chão do deserto estremece, e enquanto canta, o lobo abre os olhos, dá um salto e sai correndo pelo desfiladeiro.
Em algum ponto da corrida, quer pela velocidade, por atravessar um rio respingando água, quer pela incidência de um raio de sol ou de luar sobre seu flanco, o lobo de repente é transformado numa mulher que ri e corre livre na direção do horizonte.
Por isso, diz-se que, se você estiver perambulando pelo deserto, por volta do pôr-do-sol, e quem sabe esteja um pouco perdido, cansado, sem dúvida você tem sorte, porque La Loba pode simpatizar com você e lhe ensinar algo — algo da alma.”

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