O que aprendi com meus 25 anos


Parafraseando a Sandy “Há pouco eu tinha quase 20. Tantos planos eu fazia e eu achava que em 10 anos viveria uma vida e não me faltaria tanto pra ver”.
Sim, tô completando ¼ de século. Ainda faltam 5 pros 30, mas já já eles chegam.
Eu nunca tive medo de envelhecer, mas sempre tive medo das consequências de se estar mais velha.
25 anos parecem singelos, mas enchem os ombros com o peso da incerteza. O tal dos 100%. Não ser 100% autônomo, não ser 100% adulto, não ter 100% do controle da sua vida, não ter uma carreira 100% estável, não ter 100% de certeza se quer passar a vida com outro alguém, não ser 100% jovem, não ter 100% de disposição... Mas, quem é que tem esses 100%?
Agora se posso dizer uma coisa é que ganhei inúmeras oportunidades de aprender, e até mesmo algumas feridas, com algumas lições que muitas vezes são mais dolorosas do que imaginamos suportar.

Eu aprendi que não precisamos correr tanto. O tempo se encarrega. Você não precisa ser o primeiro a se graduar e o primeiro a conseguir um emprego estável, você não precisa ser independente com 20 anos e muito menos precisa se casar com 21. Cada coisa tem seu tempo e quando ele chegar vai estar pronto. Se você não se sentir pronto, tudo bem também. O tempo vai se encarregar de te preparar.

Eu aprendi que não temos controle nem do presunto que mofa na geladeira, quem dirá das nossas vidas. Não dá pra controlar a carreira, o coração, as vontades, o sucesso. Essa mania de querer controlar tudo e todos ainda vai nos levar a loucura. Se você sentir que está “perdendo o controle”, mude a direção.

Eu aprendi que dá pra cair! Todo mundo cai. Dá pra errar nas contas e estourar o cartão no primeiro ano morando sozinho. Dá pra ser demitido. Dá pra ter um vários papel de trouxa... O que importa é levantar e aprender com cada tropeço.

Eu aprendi que cabe a você se desesperar ou respirar fundo e seguir em frente. A felicidade e positividade depende apenas de você.

Eu aprendi que posso mudar de ideia. Posso voltar atrás se que quiser.  Mudar de ideia não é errado e muito menos ruim.

Eu aprendi que algumas pessoas são tóxicas e, por mais que você as ame, não pode ficar perto delas. Precisa se afastar, precisa deixar ir. Assim, eu aprendi que não adianta chamar quando alguém está perdido e que eu não posso “salvar” todo mundo. Eu aprendi que devo ser filtro e não esponja.

Eu aprendi que aquela pessoa que você tanto admira e pensa nunca conseguir ser igual também já passou por inúmeros desafios. Então pare de se comparar com ela! Cada um segue um caminho... Alguns tropeçam mais vezes, alguns tomam trilhas diferentes... O destino final será só seu! E por ser só seu ele terá o seu jeitinho, e não o de outro alguém.

Eu aprendi que não adianta querer mudar quem você realmente é. “Ah, mas fulano lê 34543 páginas por dia e nunca assiste netflix!” Okay! Eu não sou fulano. Fazer algo de forma diferente não significa que está errado, apenas significa que você fez da melhor forma que você sabia e podia naquele momento.

Eu aprendi que viver não cabe no currículo. Parar para assistir um filme bobo, ter um blog ou ler um romance não te torna um profissional menos capaz.

Eu aprendi que dá pra amar mais de uma pessoa. E que dá pra continuar amando uma enquanto ama outra, porque cada pessoa você ama por razões únicas. Nem mais nem menos, você apenas ama de formas diferentes.

Eu aprendi que você pode sair de moletom e toda trabalhada na cara lavada na terça e que você pode caprichar no salto e no batom vermelho na quarta. Vontades mudam. Variar é bom e o importante é fazer algo que te faça se sentir bem naquele momento.

Eu aprendi que o que mais sei acumular é louça! Ela nunca acaba!

Eu aprendi a ouvir e a respeitar opiniões diversas. Diferente não significa errado, significa apenas diferente. E com isso eu aprendi a aprender com cada ser humaninho que passa na minha vida e aprendi a tentar contribuir com algo bom na vida dessas pessoas.

Eu aprendi que mudanças são dolorosas, mas muitas vezes são necessárias e irão te colocar em uma nova perspectiva. E com isso eu aprendi que toda dor e sofrimento sempre vão embora.

Eu aprendi que certos amores duram para sempre e que outros podem durar só um dia. Eu aprendi que ambos podem ser igualmente memoráveis.

Eu aprendi que você não precisa de muito para ser feliz. Boa companhia, um papo agradável, uma família que te suporte, amigos verdadeiros. Isso sim tem valor e não a sua conta bancária.

Eu aprendi o sabor de viajar e descobri que o mundo parece pequeno para as minhas vontades.

Eu aprendi que, por mais corrida que esteja a sua vida, não dá pra viver de Burger King e coxinha. Seu corpo vai cobrar e eu te garanto que quando as coisas sossegarem seu corpo vai cair na cama (ou no banheiro).

Eu aprendi que posso ser feliz sozinha. Eu não preciso tapar um “buraco” com qualquer um. Eu aprendi a ser seletiva e a não fingir interesse só por comodidade. 

Eu aprendi que os boletos sempre chegam! E que grande parte do seu dinheiro vai para comprar lençol, produtos de limpeza. “Opa, esse mês sobrou uma grana para aquele sapato. Eita, mas a descarga quebrou!”.

Eu aprendi que ainda não sei o que quero e quem quero ser, mas também aprendi que não preciso me preocupar tanto com isso. Dia após dia, passo após passo... Um dia a gente chega lá, seja lá onde for.

Eu aprendi que devo investir mais na bebida. Meu corpo já não aguenta um ressaca de vinho barato.

Eu aprendi que tá tudo bem trocar uma sexta badalada por brigadeiro e netflix. Se é o que você deseja no momento está ótimo.

E eu aprendi que não tenho que justificar as minhas escolhas. Pra ninguém e nem pra mim mesma.

Eu aprendi que meus melhores amigos estão comigo desde que eu nasci. Aprendi que a minha família é a melhor do mundo e sempre irá me apoiar.

Eu aprendi que eu ainda tenho muito a fazer e viver. Eu achava que aos 25 já teria vivido quase tudo. Volta ao mundo, carreira estável, filhos, dois gatos, escrever um livro, meditar... Será que tudo isso cabe nos próximos 5 anos? 25 quem sabe?

Eu aprendi que não devo me importar com a opinião dos outros e que eu sou dona de mim mesma. Eu aprendi que devo respeitar as minhas escolhas e sentir a paz que vem delas. Eu aprendi que na maioria das vezes não sei o que fazer com toda essa liberdade... Me pego parada no meio da praça de alimentação e vou embora sem comer nada, porque não sei o que quero. Tudo bem...

Eu aprendi a respeitar meus limites. Não consegue isso hoje? Vamos por partes e tentaremos novamente amanhã.

Eu aprendi que a pessoa mais importante para se conhecer sou eu mesma. Portanto, pare um pouco para refletir sobre você mesma.

Eu aprendi a apreciar a minha companhia... Um bom café e quem sabe até preparar um jantar... Cantar sozinha, chorar naquele filme, ver o sol se pôr e, confesso, até falo comigo mesma.

Eu aprendi que a vida pode ser frustrante em alguns momentos, mas ela é boa. O se é! E que nós próximos anos eu continue aprendendo, continue percorrendo caminhos assustadores, conhecendo gente nova, reencontrando gente antiga, fazendo coisas que nunca fiz, viajando para lugares que nunca fui, tendo uma paixão de uma semana e quem sabe um amor de uma vida, me reinventando, mudando.  

2 comentários:

  1. que lindo o seu texto, me emocionei muito e confesso que até derramei umas lágrimas, foi a injeção de ânimo que eu precisava
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Thaila :) fico muito feliz que tenha gostado e que tenha compartilhado seus sentimentos comigo! Beijos

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