Um novo ano começa e com ele a 365 novas
oportunidades.
Porém, hoje, dia 13 de janeiro, eu já percebi
que comecei meu ano errado e que se continuar assim eu irei me afastar de tudo
aquilo que eu desejo ser.
Pra entender essa reflexão, devemos levar em
consideração que esse é o meu primeiro período de férias sem nenhuma
responsabilidade. Apesar de já ter tido período sem trabalhar/estudar (fora de
casa) a rotina de pós-graduação stricto sensus
sempre me cobrou muito. E era nesses dias de “férias” que eu aproveitava para
colocar tudo o que precisava ser feito em ordem.
Pois bem, dez anos depois, primeiro tempo
realmente livre e a minha cabeça continua me cobrando produtividade: “como
assim você não produziu nada hoje?”. E isso tem me deixado muito mais ansiosa
do que normalmente eu estaria.
Mas, afinal: o que é ser produtivo?
Durante a minha vida acadêmica ser produtivo
era alternar entre dois estágios, somado as aulas de inglês. Ou, me ocupar com
fazer uma graduação e mestrado ao mesmo tempo. E, é claro, ler e escrever o
máximo que pudesse mesmo durante os almoços em família. E agora, como fazer a
minha cabeça entender que eu preciso afrouxar o passo e que produtividade pode
ser fazer um suco de folhas verdes e observar o por do sol? Ou mesmo ler um
capítulo de livro apreciando uma caneca de chá? Como eu faço para a minha mente
entender que eu não preciso ser uma máquina de produtividade e criatividade, ou
melhor, que eu posso ressignificar essas palavras e reaprender a aproveitar as coisas
boas ao máximo, dando valor para as pequenas rotinas e aproveitando esse tempo
para se dedicar a mim mesma e a pessoa que eu sempre quis ser?
É difícil encontrar o equilíbrio! Foram anos
correndo atrás de cenouras quase inalcançáveis e hoje eu posso me dedicar ao
que eu quiser! Isso não significa que eu parei de almejar coisas ou de ter
objetivos, significa apenas que os meus objetivos estão levando a experiência
desses últimos 10 anos em conta e que eu tenho compreendido mais o sentido de
viver o agora e de relaxar, de se permitir.
Mas, é engraçado como mesmo tendo toda essa consciência,
os anos vividos com metas e calendários apertados, com dias corridos e sem
tempo (mas, sempre achando tempo para fazer mais alguma coisa) ainda dominam o
meu dia. E com todo o meu “tempo livre”, eu faço das minhas pequenas metas (que
deveriam ser divertidas, leves e uma rota para o aprendizado), tarefas difíceis
de cumprir e um fardo quase pesado demais para carregar.
Por isso, hoje, dia 13 de janeiro, quero ver
meu ano (e eu mesma) em outra perspectiva e compreender de vez que eu sou a
minha maior obra. Não é meu currículo, o que eu produzo ou mesmo a minha tese.
É a minha vontade de viver, ânsia por conhecer lugares, habilidade em fazer
amigos, vontade de se superar em alguns hábitos, querer retomar aquela Thais que
escrevia com tanta facilidade, é a coragem de se arriscar ao fazer um prato
novo ou mesmo compreender que tem dias que eu preciso cuidar de mim e me
respeitar. Ninguém é produtivo 100% do tempo e essa ânsia em atender as
demandas de um chefe imaginário só irão culminar com uma Thais ranzinza,
ansiosa e sem a minha tão amada criatividade.
Como eu vou fazer isso? Ainda não sei. Mas,
do jeito que comecei não posso continuar e talvez eu devesse usar a palavra que
guiou meu ultimo ano, RECONSTRUÇÃO, para entender que a vida é dinâmica e que quem
dita as regras sobre o que você é é você mesmo! Não deixe que ideias
conformadas te tomem! Se rebele! Desacelere! Vá atrás de quem você quer ser!
E isso não tem a ver com aquelas frases
prontas de “você consegue” “é só ter força de vontade”. Isso tem a ver com uma
longa jornada de autoconhecimento e de parar de se comparar com a “fulaninha”.
Afinal, só ela sabe quais demônios enfrenta para conseguir ser quem ela é.
E você? Terá que enfrentar seus próprios!
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